“É possível crescer com sustentabilidade”, defende Amport

Associação avalia que houve evolução dos comboios que trafegam com cargas pela Amazônia e destaca estudos que ajudaram a melhorar transporte de cargas na região, com uso mais eficiente de combustível

A Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport) defende que o escoamento de cargas na região Amazônica tem condições de continuar a crescer com sustentabilidade, sem gerar impactos ao ecossistema. A capacidade instalada atual dos portos do chamado Arco Amazônico é de 52 milhões de toneladas e existem alguns projetos de ampliação em curso que, caso confirmados, podem expandi-la em mais 48 milhões de toneladas nos próximos cinco anos, alcançando uma capacidade operacional de porto para longo curso de 100 milhões de toneladas.

O diretor presidente da Amport, Flávio Acatauassú, destacou que os portos da região, compreendendo a região Norte e o Maranhão, movimentaram pouco mais da metade do que portos de outras regiões do país. Ele reconhece que também existem investimentos previstos para portos como Santos, Paranaguá, Rio Grande, Suape, Pecém e Supetiba, mas disse que vê os terminais do Arco Amazônico entre os que mais vêm crescendo em movimentação de granéis agrícolas e que estão entre os destaques entre os terminais de uso privado (TUPs) nacionais, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Ele chamou a atenção para o desempenho dos comboios fluviais ao longo dos anos. Em 2025, eram 12 barcaças de 24 mil toneladas e empurradores 5 mil HP. Em 2022, havia 35 barcaças com 70 mil toneladas por comboio e empurradores 6.400 HP. Entre 2015 e 2017, houve aumento de 25% de potência de 108% de volume. De 2017 para 2022, o aumento de potência foi de 8% e o de volume de 40%.

“Isso é sustentabilidade: aumenta a volumetria, a navegação sem aumentar potência e queima de combustível. Dependente de muito estudo, modelagem, modelo reduzido para mostrar que consegue navegar e girar sem impactar, sem bater e manter segurança da navegação”, disse Acatauassú, em entrevista a jornalistas, em Belém (PA).

Ele também contou que os estudos de maré trouxeram ganhos para a navegação de comboios pelos estreitos. “Hoje sabemos hora exta que temos que entrar para pegar maré a favor e, no meio do caminho, ela vira de novo, conseguimos pegá-la a favor de novo. Com isso, economizamos 3 mil litros de combustível em cada viagem”, destacou.

De acordo com a Amport, quatro empresas realizam em torno de 100 passagens por ano pelos estreitos, o que representa uma economia de 1,2 milhão de litros de diesel em um sentido. “Com a ida e a volta, estamos falando de 2,6 milhões litros de diesel por ano e de queima de efluentes que economizamos pelo simples fato de conhecer o sistema hidrológico. É sustentabilidade”, afirmou.

A Amport observa que existe uma pressão internacional crescente dos compradores pela sustentabilidade. A ferrovia e navegação interior, modais considerados menos emissores, são as principais vias de alimentação dos portos do Arco Amazônico, que possuem vocação natural para granéis e dependem dos acessos terrestres e das estações de transbordo de carga (ETCs) para maior produtividade. “Nossos portos na pontuação estão demonstrando ser mais sustentáveis que os demais portos do Brasil”, afirmou Acatauassú.

Fonte: Com informações do site portosenavios.com.br, matéria publicada 10 de dezembro de 2023.