Os dados gerados por toda a área de transporte nacional vão originar um novo índice para avaliação da eficiência do setor. O indicador é um dos novos produtos que a Infra S.A., estatal de planejamento do Ministério dos Transportes, está preparando dentro de uma carteira com mais de 30 produtos que a empresa apresenta ao mercado.
Na última terça-feira (11), a Infra S.A. realizou um evento em Brasília, o Infra Business, para apresentar a representantes de empresas e governos subnacionais os produtos já implementados e também os projetos em andamento. O evento pode ser visto neste link.
“Estamos apresentando a Infra S.A. como um player de mercado capaz de cuidar de todo o ciclo de vida, do planejamento e gestão de infraestrutura de transporte, além de soluções de problemas de sustentabilidade e de gargalos logísticos do país”, disse o presidente da estatal, Jorge Bastos, à Agência iNFRA.
Entre os novos projetos está o de criação de indicadores a partir dos dados do ONTL (Observatório Nacional de Transporte e Logística). O ONTL reúne hoje uma das maiores bases de dados sobre transportes no país, com informações de agências setoriais sobre capacidade e movimentação, dados sobre movimentação de cargas no país, entre outros.
Segundo o diretor de Mercado e Inovação da empresa, Marcelo Vinaud, com esses dados será possível medir a eficiência de cada um dos operadores das centenas de infraestruturas necessárias para a movimentação de cargas no país, citando portos e ferrovias como exemplo.
“Nós vamos poder chegar ao dado para saber se aquela infraestrutura está contribuindo para aumentar ou reduzir o custo de produção no país”, explicou o diretor. “Temos informações dinâmicas para apresentar dados desse tipo.”
Segundo Vinaud, a intenção é que o dado seja público e possa gerar informações que vão fomentar o mercado de infraestrutura e alterar valor das empresas em bolsa, porque será possível sintetizar num único indicador a performance das infraestrutura existentes.
Produtos para o mercado privado
A iniciativa é parte da ação da estatal para buscar vender produtos e serviços de infraestrutura para o mercado privado no país. No setor público, a Infra S.A. já vem cuidando da estruturação de projetos de parceria com o setor privado para ministérios e secretarias estaduais, além de produzir planos setoriais da área de transportes com governos estaduais.
Já há negociações avançadas com o setor privado para contratos em áreas como análise de projetos, desapropriações, licenciamento ambiental entre outras especialidades da Infra S.A., que é resultado da fusão de duas antigas estatais que adquiriram expertise nessas áreas com a construção de mais de dois mil quilômetros de ferrovias (Valec) e a estruturação de dezenas de projetos de concessão e planejamentos setoriais (EPL).
Vinaud assegurou que a intenção não é que a ampliação dos trabalhos da Infra S.A. para o setor privado seja para tomar o lugar de empresas e outras instituições que atuam no planejamento e na estruturação de projetos de parceria.
“Ao contrário, queremos subir a régua da qualidade dos projetos, criar a cultura do planejamento e levar para os estados e a iniciativa privada. Isso vai ampliar o mercado”, disse o diretor.
Inovação no free flow
Entre as novas vertentes estão estudos sobre tecnologia para apoiar o desenvolvimento de projetos no setor de infraestrutura de transportes. Um dos temas em estudo é o monitoramento de pedágios, inclusive com modelos para melhorar o gerenciamento dos sistemas de free flow.
Lilian Campos, superintendente de Inteligência de Mercado da empresa, explicou em sua apresentação que esses estudos estão sendo realizados dentro de um modelo de gestão de inovação criado pela empresa, o Espaço Conecta, que seleciona semestralmente dois projetos para serem trabalhados por uma rede de instituições e pessoas.
“Estamos buscando simplificar o processo de pagamento do pedágio automático e aumentar a acessibilidade e a interoperabilidade do sistema para facilitar os usuários”, explicou Lilian.
Rede para monitorar o DT-e
O volume de dados sobre o sistema de transporte do país ainda tende a aumentar nos próximos anos, com a implantação do DT-e (Documento Eletrônico de Transportes). Está sob responsabilidade da estatal criar a plataforma para a gestão dos documentos de várias instituições federais e dos estados num único local para uso do transportador.
Alexandre Munhoz, superintendente de Estudos e Projetos, disse que a ideia em implementação é criar uma rede nacional para o monitoramento dos dados que vão ser fornecidos por meio da troca de informações na plataforma do DT-e, acompanhando o deslocamento de cargas no país, tanto de forma física como financeira.
Segundo ele, esses pontos de monitoramento inteligentes vão aferir o veículo e também utilizar mecanismos de pesagem automática em movimento, além de medir a emissão de gases. Outra área em estudo é reunir base de dados de movimentação de pessoas, por meio de dados de telefonia, para subsidiar estudos para desenvolvimento de projetos de mobilidade urbana.
Fonte: Com informações do site agenciainfra.com, matéria publicada 13 de junho de 2024.